A câmara de vereadores de Chopinzinho aprovou na última terça feira, dia 26, em primeira votação, o projeto de lei 059/2016, que cria o loteamento Novo Horizonte. Durante a votação, os vereadores apresentaram uma emenda substitutiva ao projeto assinada por todos os vereadores, alterando o nome das ruas do loteamento com o objetivo de homenagear pessoas pioneiras e que fizeram parte da história e do desenvolvimento do município.
O projeto inicial enviado pelo executivo municipal, previa o nome de animais para as ruas, porém, durante análise do projeto na câmara de vereadores, foi sugerido e acatado por todos a mudança na nomenclatura das vias de circulação do novo loteamento. “Nada mais justo do que fazermos uma pequena homenagem a estas pessoas que deixaram sua parcela de contribuição para o desenvolvimento de Chopinzinho. Diante disso, a câmara de vereadores sugeriu apresentar uma emenda substitutiva ao projeto original alterando o nome das ruas. Cada vereador apresentou alguns nomes, dentre os quais foram escolhidos 11 para colocar seus nomes nas ruas do novo loteamento. Temos muitas outras pessoas que também merecem uma homenagem como esta, porém, como são apenas onze ruas, não foi possível atender a todos os nomes sugeridos, mas é uma iniciativa que estaremos fazendo também nos próximos loteamentos que forem surgindo”, disseram os vereadores.
Os familiares dos homenageados participaram da sessão lotando o plenário da câmara, onde agradeceram aos vereadores pela iniciativa. Confira o nome dos homenageados e o histórico de cada um:
Rua Expedicionário João Maria de Souza Rua Modesto Mafioletti Rua Simão Zuconelli Rua Francisco Kalinoski Rua Orestes Secco Rua Luiz Piran Rua Nébio Simões de Oliveira Rua Professora Maria Francisca Chichorro Rua Domingos Baldissera Rua Joaquim Fávero Rua Germano Zuconelli
JOÃO MARIA DE SOUZA
João Maria de Souza nasceu dia 15 de julho de 1920, na comunidade de Passa Quatro. Filho de José Floriano de Souza e Maria Augusta de Quadros. Aos 21 anos se alistou e foi servir o Exército Brasileiro em 1942. Quando começou a 2ª guerra mundial, foi um dos convocados para ir defender o Brasil na Itália, embarcando em um navio sem saber se voltaria para casa.
Chegando lá, depois de muitas batalhas, levou um tiro acidental na perna e foi parar em um hospital, passando-se assim o tempo e a guerra acalmou. Após esse fato, por volta do ano de 1945, voltou para casa junto de seus familiares.
Em 1946 casou-se com Romalina Quadros de Souza, então moradora na comunidade de Passa Quatro, onde tiveram 09 filhos.
João Maria trabalhou como funcionário público do estado do Paraná no DER durante 20 anos, até o dia 03 de setembro de 1969, quando aconteceu a tragédia da sua morte.
Ele e mais dois amigos cuidavam e zelavam da estrada que liga a comunidade da Encruzilhada até a Campina dos Índios, como chamavam antigamente.
João Maria sempre foi um esposo e pai moroso e dedicado, tinha muitos amigos, deixando recordações e saudades.
Sua esposa Romalina ainda hoje vive e mora na comunidade de Passa Quatro, com 90 anos de idade, perfeitamente saudável. Mulher guerreira e batalhadora, criou seus filhos trabalhando na roça e dedicada aos anseios da comunidade auxiliando sempre que necessário.
MODESTO MAFIOLETTI
Modesto Mafioletti nasceu no dia 08 de janeiro de 1926, na cidade de Urussanga, Santa Catarina. Filho de Giusepina Pandini e Isac Mafioletti. Desde pequeno trabalhou nas minas de carvão daquela região, atividade considerada perigosa e insalubre, porém uma das únicas formas de subsistência na época.
Em 1946, casou-se com Olinda Locatelli Mafioletti, filha de Irene Mafioletti e Benjamim Locatelli, união esta que gerou 10 filhos, dos quais dois já são falecidos. Para tanto, estabeleceram morada na cidade de Lauro Muller, ainda em Santa Catarina.
No intuito de ter uma vida melhor, a família Mafioletti saiu de Lauro Muller em 08 de maio de 1964, viajando por três dias e chegando ao Paraná, em uma comunidade chamada Santa Rosa, hoje situada no município de Saudade do Iguaçu. Porém, acharam que não era ali o local ideal para estabelecer morada, sendo que a família decidiu andar mais um pouco.
Utilizando-se de carroças, e abrindo caminho do mato com facões e foices, chegaram a um lugar que consideraram ideal e ali construíram moradia. Estava estabelecida a comunidade de Linha Mafioletti, localizada no interior de Chopinzinho, sendo que aos poucos, os demais membros da família chegaram e todos batalhavam para o provimento do pão de cada dia e criação dos filhos.
Modesto, ou “Seu Modesto”, como era conhecido, sempre foi líder na comunidade. Esteve à frente da fundação da gruta de Nossa Senhora de Lourdes, o qual era cristão fervoroso e estava disposto a ajudar a comunidade. Viveu por décadas no mesmo local e suas boas ações são lembradas até hoje.
Vive na morada eterna desde o dia 12 de novembro de 2014, mas seus atos de caridade e sua ajuda ao próximo permanecem vivos em nossos corações.
SIMÃO ZUCONELLI
Simão Zuconelli nasceu em Chopinzinho. Casado com dona Adelaide Zuconelli, de cuja união nasceram 9 filhos.
Ajudou na construção da primeira Igreja e da primeira escola. Ajudou a desbravar as estradas do município.
Cultivavam milho e criavam porcos no mangueirão, os quais eram conduzidos a pé até Guarapuava e Videira SC.
As compras para subsistência da família eram feitas em Palmas e para registrar os filhos também era no cartório de Palmas. Os mantimentos eram trazidos em carroças e lombos de cavalos.
Simão nasceu, viveu e faleceu na comunidade de Santo Antônio, onde era líder e benfeitor. Simão Zuconelli faleceu aos 77 anos.
FRANCISCO KALINOSKI (Alfaiate)
Francisco Kalinoski nasceu no dia 6 de julho de 1935, em Erechim RS, filho de Julio e Anastácia Kalinoski. Ainda jovem, sua família mudou-se para o interior de Pato Branco, onde conheceu Acuerina Karletto e casaram-se no dia 15 de fevereiro de 1958.
No dia 10 de março do mesmo ano, pensando em construir um futuro para sua família, Francisco e sua esposa, ficaram à beira da estrada, com uma cama e a máquina de costura, que era seu ganha-pão, e pegaram carona no caminhão do seu Francisco Otto Prause, vindo para Chopinzinho.
Aqui ficaram hospedados no Hotel do seu Bordin, pensando em juntar capital para construir urna casa. Tiveram costuras desde o primeiro dia. Costuravam à noite, e como não tinha luz naquela época, sua esposa segurava o lampião para que Francisco costurasse. E assim, em seis meses conseguiram alugar uma casa e constituir família. Tiveram 5 filhos.
Francisco exerceu a função de Juiz de Paz nos anos de 1960 a 1965. Foi o primeiro alfaiate instalado no município e exerceu esta função até 1995, quando faleceu, aos 61 anos.
ORESTES SECCO
Orestes Secco nasceu no dia 19 de novembro de 1931, na Linha São José, Videira - SC. Casado com Olímpia Scopel, tiveram 12 filhos.
Morador de Linha Grezzana, pessoa muito católica, rezava o Terço todas as noites e frequentava a Igreja todos os domingos. Pessoa muito correta, cultivou seu principal valor: a honestidade. Sua convivência era exemplar, deixou muitos exemplos de vida, honestidade e união familiar. Homem de grande admiração pelos gestos de honestidade e colaboração com os trabalhos desenvolvidos na comunidade.
Doador de quase todas as campanhas e ajudas comunitárias divulgadas nas rádios locais. Foi Zelador da Associação de São Vicente Pallotti por 30 anos. Zelador do Calendário de Santa Antônio por 28 anos e assinante da Revista Rainha por 25 anos.
Orestes também colaborou com o Centro de Pesquisas Biomédicas de São Paulo com a captura de serpentes peçonhentas para extração de veneno e desenvolvimento de soro antiofídico que hoje salvam vidas.
Orestes, homem de bem, encerrou sua caminhada no dia 21 de junho de 2015, deixando recordações e saudades aos seus familiares e amigos.
LUIZ PIRAN
Luiz Piran nasceu em Passo Fundo-RS no dia 23 de maio de 1922, filho de Guerino e Angelina Piran. Ainda muito jovem decidiu deixar o convívio familiar para ganhar seu próprio sustento. Mudou-se para Santa Catarina e instalou-se numa pensão. Começou a trabalhar na empresa Pinho e Terra. Dedicava-se exclusivamente ao trabalho até conhecer em certa ocasião, uma jovem: Zela Luiza Bianchi, por quem apaixonou-se sendo por esta correspondido.
Casaram-se no dia 26 de outubro de 1951 e estabeleceram residência em Guaraciaba — SC. Com o passar dos anos tiveram 10 filhos. Como representante da empresa Pinho e Terra, a qual lhe confiou a responsabilidade pela venda das colônias de terra no Paraná. Com isso, tendo que passar longos períodos longe da família, Luiz decidiu construir uma casinha rustica em meio à mata cerrada, e assim, em meados de outubro de 1954, despediram-se dos parentes e amigos e, enfrentando muitas dificuldades e caminhos precários, chegaram em Chopinzinho.
Com a venda das terras, inúmeras famílias foram se instalando mata adentro, abrindo picadas e construindo moradias, formando diversas comunidades, sendo a principal, São Luiz, em homenagem a este corajoso e pioneiro desbravador. Encerrada a etapa de venda das terras, Luiz tornou-se madeireiro, oportunizando empregos a muitos chefes de famílias.
Luiz Piran doou o terreno para construção da Igreja, da escola e do pavilhão do Distrito de São Luiz. Embora sendo um homem simples, analfabeto, era abençoado com inteligência e sabedoria extraordinárias. Oportunizou estudo a todos os seus filhos faleceu no dia 29 de junho de 2001, com 79 anos, deixando seu legado de paternidade, bondade e honestidade.
NÉBITO SIMÕES DE OLIVEIRA
Nébito chegou em Chopinzinho vindo de Palmas, juntamente com sua esposa Noêmia, no ano de 1944. Estabeleceram-se na comunidade da Campina. Tinham casa de comércio. Tiveram 14 filhos.
Foi Delegado de Polícia nos anos de 1949 a 1952. Também foi funcionário da Oeste de Guarapuava, abrindo estradas em Chopinzinho. Um exemplo de seu trabalho foi à estrada que liga o Posto de Saúde até o Rio Iguaçu, de 1952 a 1955.
Foi chefe do DER de 1952 a 1975, pertencente ao comando de Pato Branco, foi responsável pela manutenção da estrada que liga Chopinzinho ao Porto Santana. Mais tarde, aposentou-se e veio morar na cidade, na Avenida XV de Novembro, no Bairro Cristo Rei. Nébito Simões de Oliveira faleceu no ano de 1996.
MARIA FRANCISCA DE OLIVEIRA CHICHORRO
Maria Francisca nasceu no dia 02 de dezembro de 1883, em Guarapuava — PR. Seu bisavô, Silvério Antônio de Oliveira, foi um dos principais colonizadores de Guarapuava, recebendo um lote de terras onde hoje é o município de Pinhão, no local conhecido como Faxinal dos Silvérios, em 1820.
Seu pai Antônio Romão, foi pioneiro na colonização do sudoeste do Paraná, ganhando um lote de terras na Colônia Militar do Chopim, no ano de 1890, ano que veio com a família para esta colônia.
Casou-se com Manoel Pinto Chichorro, soldado da Colônia Militar do Chopim em 1908 e tiveram quatro filhos — dois casais de gêmeos: Olival Pinto Chichorro Olivia Chichorro; e Silvio de Oliveira Chichorro e Silvia Chichorro.
Olival foi vereador e o 1° Presidente da Câmara e Silvio concorreu ao cargo de Prefeito na primeira eleição. Maria Francisca foi a primeira professora civil da Colônia Militar do Chopin a partir do ano de 1910, após a saída dos militares em 1909. Era professora subvencionada pelo Estado do Paraná, e, segundo Relatório da Diretoria de Instrução Pública do Paraná, na página 14, ela recebia 720 mil réis do governo. Trabalhou como professora até meados da década de 20. Mudou-se para Mangueirinha nessa época. Faleceu em 24 de setembro de 1936.
*Informações obtidas em documentos do Arquivo Público do Paraná, cartórios e outros em pesquisa realizada por Willian Sidnei Weber, bisneto de Maria Francisca e autor do livro "A Colônia Militar do Chopim".
DOMINGOS BALDISSERA
Domingos Baldissera nasceu em Sananduva RS, em 1933. Casou-se em Elevina Égide Baldissera em 1954 e juntos vieram para Chopinzinho em 1957.
Neste município construíram família com seis filhos: Sergio, Osmar, Dirce, Lindamir, Aires e Narci. Aqui trabalhou por toda a vida na construção civil. Inicialmente como servente, e com o passar dos anos como pedreiro e mestre de obras.
Ao longo de sua vida profissional contribuiu significativamente para a construção de inúmeras benfeitorias públicas e privadas, dentre as quais destacam-se o Educandário Santa Gertrudes — antigo prédio do Colégio Tasso Azevedo da Silveira, a Igreja Matriz, o Sindicato Rural e o Moinho Ceni, além de várias pontes e capelas nas comunidades do interior do município.
Pelos serviços prestados à comunidade, no ano de 1995, por ocasião do 40° aniversário de emancipação de Chopinzinho, recebeu a titulação de Honra ao Mérito. Domingos faleceu em 2008, deixando saudades à família e amigos.
JOAQUIM FAVERO
Joaquim Favero, filho de Guido e Elizabete Fávero, casou-se com Maria Belegante Favero. Morava em Videira — SC. No mês de maio de 1960 veio para Chopinzinho e se estabeleceu na comunidade de Santa Rosa, sendo ele o fundador da localidade.
Atuava no ramo de comércio e serraria, transportando produtos para outras regiões com seu caminhão. Morou nesta comunidade até o ano de 1970. Após essa data, mudou-se para Barra do Bugre, onde montou serraria e comércio.
Era conhecido como o "pai dos pobres" pelo seu trabalho de assistencialismo aos moradores, na parte de saúde e outras necessidades.
Ajudou na fundação da Igreja, com apoio financeiro. Foi responsável pela vinda de muitas famílias de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul para povoar Chopinzinho.
No ano de 1973 mudou-se para a cidade, atuando na produção de soja, com propriedades na Campina e Capinzal. No ano de 1975 sofreu um acidente de carro na Avenida XV de Novembro, ao lado da farmácia do seu Libório Forlin e veio a falecer, com 45 anos, deixando 13 filhos e uma linda história de contribuição para o desenvolvimento do nosso Município.
GERMANO ZUCONELLI
Germano Zuconelli, nascido no Rio Grande do Sul e casado com Alba Pacheco de Quadros. Teve 7 filhos sendo 2 mulheres e 5 homens nascidos em Chopinzinho.
Agricultor e ajudante de moinho de seu pai, Augusto Zuconelli. Teve seu primeiro comércio em Chopinzinho, conhecida como a Casa dos Retalhos.
Continuou sua vida no campo com criação de gado e suínos; expandindo seu comércio para Verê e Sulina. Fixou moradia em Sulina com o comércio Casa Alvorada. Morou em Sulina aproximadamente 25 anos. Depois voltou para Chopinzinho onde permaneceu até o fim de seus dias. Deixando 6 filhos, 19 netos e 17 bisnetos.